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Sabe o que tá matando? A falta do espanto. Do encanto. A bolha. A normose. O excesso de auto-estima. A arrogância. O cada um com seus problemas. A coisificação. A linha da burrice. O eu sou responsável pelo que eu falo, não pelo que você entende. A seriedade como valor. A hipocrisia. O mar de gente super on, vivendo super off.

Saber disso, significa absolutamente nada, além de um pseudo desabafo, que pseudo me isenta de quaisquer responsabilidades sobre o tema, porque funciona individualmente como uma pseudo blindagem anti responsabilização.

Faço o que posso. Cuido de mim. Faço o que posso. Cuido de mim.

Então: NÃO É O SUFICIENTE.


ANA TIRANA

Eu ando perdendo as coisas de mim. Eu sei que elas tão no lugar que eu guardei onde parecia óbvio de procurar. E nunca mais acho por semanas. Fica aquela assombração da coisa dando o ar da graça em micro pensamentos "ai tenho que achar o pendrive"... as pequenas assombrações cotidianas: a cadeira deslocada da mesa, as garrafas vazias na geladeira, os "que porra é essa" pra tentar compreender... Como se fosse possível.

Eu tô me sentindo ótima durante muitas horas do dia. Falho miseravelmente nas outras, bem limítrofe, bem exausta, bem destemperada.

Meus destemperos sempre me causam um certo auto-julgamento, um pouco cruel com pinta de justo. Mas tudo que vem de mim é tão apaixonadamente legítimo...

'Legítimas só A Vai Ana s'.

- Vai Ana! Vai!

Vou.

La garantia soy yo.


ANA TIRANA

Vou criar um grupo de auto a Judas para gordas que tem que dar conta do sofrimento das magras sobre o terror da gordura de seus 3 kg a mais e toda essa sorogordofobia ficar eternamente na conta da pressão estética que ninguém, que é bom, quer virar a página de uma vez.

Olha o buraco.

Olha o buraco.

Olha o buraco.

Lá vem o buraco.

O buraco de novo.

E aí? Vai ficar caindo no buraco, se jogando no buraco, enquanto conta que ali tem um buraco? Sério?

Aí vem com esse: ó como eu sofro, pra atender demanda patriarcal fazendo a esquerdofêmea, porque tem pessoal desse naipe aí de montão e senso crítico aqui chega dá bolha de tanto que bate.

Se eu for ter que desfiar meu rosário de corpo também? Tu vais ouvir minhas lamurias? Nem tu, nem eu, nem seu ninguém, porque isso é meio que problema meu.

Então que tal a gente ativar um senso de autonomia braba e do nada passar a se esforçar um pouquinho pra virar chaves básicas sobre passabilidade, sobre o quanto todo o seu gosto, ou o seu incômodo, é gordofobico toda hora...

que tal?

Apenas entenda. É só sobre parar de contrargumentar, porque quem refuta o incômodo do outro, minimizando a existência alheia, a gente sabe muito bem quem é.

Quem é?

Quem és nós, nessa fila do entendimento das coisas?

Precisamos muito entender sobre opressões praticadas em forma de ingenuidade útil, cortesia nula, bons modos, muita opinião e liberdade vigiada.

É cadas rodinha de ramister que...


Bora projeto verão? A gente vai virando as chave, buscando informação e o melhor desafio: domar o olho e a língua que tão sempre denunciando aquilo que a boca fala e que o coração tá cheio.


ANA TIRANA

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